O Médio Oriente continua a ser o centro de gravidade das atenções internacionais. Resultado de um longo processo imperialista que ainda hoje mostra as suas marcas, esta região do mundo volta a incarnar alguma tensão entre o Ocidente e o Oriente.
O Irão continua tumultuoso. Os manifestantes, mesmo com as ameaças de “consequências” que o líder espiritual fez nos últimos dias ao declarar as demonstrações ilegais e ao recusar-se a novas eleições, continuam com vigor a mostrar o seu descontentamento. A novidade noticiada pela CNN é a participação de clérigos, os mullahs, nestas demonstrações:
É um claro sinal de desafio à autoridade do Ayatollah iraniano e um abanão à aparentemente sólida teocracia do Médio Oriente. Imutável parece continuar a posição dos líderes do país, que iniciaram recentemente uma guerra diplomática com o Ocidente, com contornos de diversão, pelo que me parece.
O Reino Unido viu-se obrigado a expulsar do país dois diplomatas iranianos e a chamar a Londres os seus homólogos de Teerão, depois das acusações de ingerência e incitação à desordem de que Inglaterra foi alvo – aliás, a própria BBC foi apontada como entidade que promoveu estes desacatos. Mais,
a CIA foi já incluída nesta lista, o que obrigou, obviamente, a uma crítica de Obama, que considera a referência de “falsa e absurda”.Com ou sem ligações a este conflito, os EUA estão já a pensar em reenviar um embaixador para a Síria, retomando as relações com este país, cortdas há já quatro anos aquando da morte do antigo Primeiro Ministro libanês, Rafik Ariri. Há quem diga que é uma aproximação inocente, pelo bem da harmonia internacional; há quem os acuse de interesse e de forma de enfraquecer o regime iraniano, através de uma aproximação à Síria.
Realmente, esta é mais uma questão que nos impede de ser maniqueísta – Irão e Estados Unidos, cada um puxa a brasa à sua sardinha: e viva o S. João!
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