Na sequência dos textos sobre terrorismo publicados pelos meus colegas Pedro e André, não poderia deixar de focar outro ponto importante nesta temática: o da luta contra o terror enfatizada pelos ataques de 11 de Setembro e que levaram, por vezes, a um excesso de zelo, especialmente por parte da administração Bush.
A Doutrina Bush (nome pelo qual ficaram conhecidos os métodos e as políticas adoptadas pela administração Bush para proteger os EUA depois dos atentados de 11 de Setembro) serviu de justificativa à invasão do Afeganistão e à invasão do Iraque, considerados países pertencentes ao Eixo do Mal.
A ameaça que certos países e indivíduos poderiam constituir para a segurança colectiva dos EUA levou a que o país adoptasse uma guerra preventiva, não só contra países considerados terroristas, mas também contra os próprios cidadãos que viram as suas liberdades individuais restringidas pelo Patriotic Act.
De referir que não foram apenas os EUA que adoptaram medidas deste género, sendo que também a Europa se viu mergulhada neste medo de que um qualquer muçulmano pudesse perpetuar um ataque terrorista.
John Le Carré escolheu este tema como pano de fundo para o seu livro "Um Homem Muito Procurado" publicado em Portugal pela Dom Quixote.
A história passa-se na multiétnica Hamburgo (cidade de passagem dos terroristas que derrubaram as torres gémeas) e envolve um russo e muçulmano nascido na Tchechénia, uma advogada especialista em direitos humanos, uma família turca ilegal e um banqueiro que herdou do pai contas misteriosas. Este livro mostra o cepticismo de Le Carré em relação aos métodos usados pelos serviços secretos e ilustra bem a luta contra o terror levada a cabo no pós 11 de Setembro. Uma leitura interessante escrita por um ex-agente dos serviços secretos ingleses.
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