Não foi só em Portugal que houve eleições este domingo. Também os alemães foram a votos, após uma campanha serena como poucas. Ganhou o centro-direita (CDU) de Angela Merkel, que muito seguramente irá fomar uma coligação com os liberais do FDP, que obtiveram o melhor resultado da sua história.
No entanto, não se tratou de uma vitória muito festejada pelos democratas-cristãos. Vão, é certo, poder coligar-se com um parceiro em teoria mais próximo ideologicamente, largando a companhia dos sociais-democratas. Porém, a convivência com o FDP não será exactamente fácil, até porque Merkel não parece disposta a ceder no essencial: a segurança social não será privatizada e as leis laborais não serão modificadas no sentido de facilitar os despedimentos. Por outro lado, importa ainda referir que, apesar da vitória, a CDU teve o pior resultado, em termos percentuais, desde 1949.
Quanto ao grande derrotado destas eleições é que não restam dúvidas. Com 22% dos votos, o SPD tem, de longe, o seu pior resultado do pós-guerra. A meu ver, trata-se da consequência lógica de uma social-democracia que só tem sabido estar na defensiva, incapaz de se diferenciar substancialmente dos democratas-cristãos que lideraram a última coligação de governo.
Por fim, importa realçar, a par de um resultado razoável dos Verdes (10%), a consolidação do Partido de Esquerda (Linke), que chegou aos 12% dos votos. É esta Linke que, creio, poderá ajudar à renovação interna do SPD e abrir-lhe perpsectivas de poder no curto-prazo.
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