Ao contrário do que os menos atentos possam pensar, o Tibete não é o único foco de tensão étnica na China. A recente explosão de violência na província de Xinjiang, no extremo Noroeste do território chinês, veio provar isso mesmo.
Saber o que se está a passar, ao certo, em Xinjiang é muito difícil, tendo em conta a ausência de liberdade de imprensa na China. Em todo o caso, o quadro geral é suficientemente claro: trata-se do exacerbar de tensões de longa data entre a maioria uigure, de ascendência turcomena, e os chineses de etnia han. São as consequências expectáveis de um processo de construção do estado-nação conduzido com punho de ferro, primeiro pela República do Kuomintang e depois pela brutalidade de Mao.
A situação é, pois, comparável à do Tibete, mas talvez encerre em si um potencial de conflito superior. Por um lado, porque a província de Xinjiang, mais extensa e populosa que o Tibete, apresenta uma maior diversidade étnica. Por outro lado, ao contrário do Tibete, trata-se de uma região rica em recursos naturais (mineração, gás natural e produção agrícola) e de elevada importância estratégica, como via de acesso da China à Ásia Central.
E enfim, não nos podemos esquecer que o pano de fundo desta violência étnica é a crise económica global e os seus efeitos no crescimento chinês. Não é de estranhar que, conforme foi noticiado, os tumultos tenham sido despoletados pela forma como o governo chinês lidou com uma disputa entre trabalhadores uigures e trabalhadores han numa fábrica no Sul do país.
Que a única contestação visível à ditadura chinesa provenha deste tipo de impulsos identitários é algo que, enquanto democrata, me deixa consternado. Isso, contudo, é já uma outra questão.
Saber o que se está a passar, ao certo, em Xinjiang é muito difícil, tendo em conta a ausência de liberdade de imprensa na China. Em todo o caso, o quadro geral é suficientemente claro: trata-se do exacerbar de tensões de longa data entre a maioria uigure, de ascendência turcomena, e os chineses de etnia han. São as consequências expectáveis de um processo de construção do estado-nação conduzido com punho de ferro, primeiro pela República do Kuomintang e depois pela brutalidade de Mao.
A situação é, pois, comparável à do Tibete, mas talvez encerre em si um potencial de conflito superior. Por um lado, porque a província de Xinjiang, mais extensa e populosa que o Tibete, apresenta uma maior diversidade étnica. Por outro lado, ao contrário do Tibete, trata-se de uma região rica em recursos naturais (mineração, gás natural e produção agrícola) e de elevada importância estratégica, como via de acesso da China à Ásia Central.
E enfim, não nos podemos esquecer que o pano de fundo desta violência étnica é a crise económica global e os seus efeitos no crescimento chinês. Não é de estranhar que, conforme foi noticiado, os tumultos tenham sido despoletados pela forma como o governo chinês lidou com uma disputa entre trabalhadores uigures e trabalhadores han numa fábrica no Sul do país.
Que a única contestação visível à ditadura chinesa provenha deste tipo de impulsos identitários é algo que, enquanto democrata, me deixa consternado. Isso, contudo, é já uma outra questão.
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