terça-feira, 21 de julho de 2009

Paradoxos da (pós-)modernidade

"Hoje, sentimos como uma ameaça para a cultura aqueles que têm uma relação imediata e viva com a sua própria cultura, sem qualquer distanciamento em relação a ela. Lembremo-nos da indignação pública quando, há três anos, os talibãs do Afeganistão dinamitaram as antigas estátuas de Buda em Bamiyan: apesar de nenhum de nós, ocidentais esclarecidos, acreditar na divindade de Buda, sentimo-nos indignados pelo facto de os muçulmanos talibãs não terem mostrado nenhum respeito pelo «património cultural» do seu próprio país e de toda a humanidade. Em vez de crerem através dos outros, como todas as pessoas cultas, foi-nos dada a prova de que estavam completamente imersos na crença da sua própria religião e que, consequentemente, não mostravam grande sensibilidade pelo valor cultural dos monumentos das outras religiões – para eles, as estátuas de Buda não eram mais do que falsos ídolos e não «tesouros culturais»"

Slavoj
Žižek, A Marioneta e o Anão (Relógio de Água, 2006)

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